Um clima de terror toma conta da última favela do centro de São Paulo após operação policial que prendeu sete pessoas, incluindo líderes comunitárias. Moradores denunciam tortura e temem novas prisões.
Uma operação policial de grande impacto realizada na última segunda-feira (8) na Favela do Moinho, no centro de São Paulo, resultou na prisão de sete pessoas e deixou a comunidade em estado de alerta máximo. Os moradores agora vivem com medo constante de novas investidas policiais.
🔍 Operação Sharpe e as Prisões
Por volta das 6h da manhã, agentes policiais invadiram a comunidade cumprindo mandados de prisão preventiva e busca e apreensão. Entre os detidos estão Alessandra Moja Cunha e sua filha Yasmin, líderes da associação de moradores da favela.
📋 Dados da Operação
- Data: Segunda-feira, 8 de setembro
- Horário: Aproximadamente 6h da manhã
- Prisões: 7 pessoas (2 mulheres e 5 homens)
- Local: Favela do Moinho, centro de São Paulo
⚠️ Denúncias de Tortura e Irregularidades
Advogados dos presos denunciam graves violações durante a operação. Alessandra relatou ter sido torturada por se negar a fornecer a senha do celular. Segundo testemunhas, um policial utilizou o fio de uma televisão para dar choques elétricos na líder comunitária.
Os defensores também criticam o bloqueio de acesso aos autos do processo, impedindo que preparem adequadamente as defesas. "Essa estratégia é para sustentar a narrativa de crime", alertou o advogado Flavio Campos.
😰 Medo Generalizado Entre Moradores
O clima na comunidade é de pânico. "Agora vão entrar e levar todo mundo preso", declarou uma moradora durante coletiva de imprensa. "Vão levar um por um", completou, pedindo anonimato por medo de represálias.
📊 Situação da Comunidade
- Famílias que já saíram: Mais de 500
- Famílias que ainda permanecem: Aproximadamente 250
- Subsídio oferecido: R$ 250 mil por família
- Tempo de existência: Última favela do centro de SP
🏗️ Contexto de Especulação Imobiliária
A Favela do Moinho está localizada em área cobiçada pela especulação imobiliária. O terreno é propriedade da União e foi cedido ao governo do estado para a implantação do Parque do Moinho e da Estação Bom Retiro da CPTM.
Alguns moradores acreditam que as prisões fazem parte de uma articulação política para forçar a desocupação total da área, que fica a apenas um quilômetro do local onde o governador pretende transferir a sede administrativa do governo.
🚁 Helicópteros e Cerco Permanente
Desde abril deste ano, os moradores convivem com o sobrevoo constante de helicópteros. Durante a coletiva de imprensa realizada após as prisões, pelo menos duas aeronaves sobrevoavam a área, intensificando o clima de cerco e intimidação.
Antonio, morador há mais de 30 anos, expressa o sentimento geral: "A gente tá com medo, a gente que é morador, a gente tá querendo sair". Muitos ainda não encontraram nova moradia, apesar do subsídio oferecido.
O que você pensa sobre essa situação na Favela do Moinho?